Tetra Foguinho (Hyphessobrycon amandae)

Tetra Foguinho: O caçulinha dos tetras

  • Nome científico: Hyphessobricon amandae (Géri e Uj, 1987)
  • Outros nomes: Ember tetra (“Tetra Brasa”), Fire Tetra, Dwarf Red Tetra
  • Família: Characidae
  • Distribuição: Brasil, nos estados de Tocantins e Mato Grosso (Bacia do Rio Araguaia)
  • Habitat: Algas calmas de pequenos riachos que margeiam o rio principal
  • Cores: Corpo laranja semitransparente
  • Dimorfismo sexual: Fêmeas mais arredondadas; machos mais coloridos.
  • Tamanho adulto: 2 cm
  • Reprodução: Espalha ovos no substrato
  • Hábitos alimentares: Onívoro (pequenos invertebrados e matéria vegetal)

      No aquário:

  • Dificuldade: Média
  • Comportamento: Pacífico
  • Quantidade mínima: 8 (quanto mais, melhor)
  • Espaço mínimo: 20 L
  • Temperatura: 24 a 28 ºC
  • PH: 5.5 a 7.5
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Expectativa de Vida: Média de 4 a 6 anos
  • Alimentação: Come tudo que couber na boca. Rações específicas para nanos, Spirulina, alimentos vivos, congelados ou secos (Cyclops, artêmias, bloodworms, tubifex, etc).
  • Nível da água: Meio
  • Decoração: Plantas altas, rochas e troncos, sobre um substrato escuro.
  • Cuidados especiais: Água ácida e mole (use um saquinho de turfa ou essência vendida em lojas para que ela fique cor de chá), fluxo suave.
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa com outras espécies minúsculas (pequenos tetras, rasboras, coridoras anões, limpa-vidros e camarõezinhos), embora às vezes morda as barbatanas dos coleguinhas. Cuidado com peixes maiores, pois é bem provável que ele vire petisco.

O Tetra Foguinho é um dos peixes mais miudinhos do mundo do aquarismo, atingindo apenas 2 míseros centímetros de comprimento. Perto dele, até um neon fica com delírios de grandeza! Embora seja uma adição recente ao hobby (só foi descoberto pela ciência em 1987), ele tem atuado como embaixador de uma nova vertente da aquanerdice – os tanques “nanos” (aquários com menos de 30 litros), geralmente com um belo trabalho de aquapisagismo, alguns peixinhos minúsculos e camarõezinhos multicoloridos.

O Tetra Foguinho faz jus ao nome, com um corpo laranja que fica quase iridescente em condições ideais de água – o que, no caso dele, significa água ácida, mole e cor de chá devido à alta concentração de matéria orgânica. Se você não quiser jogar turfa no seu aquário nem entupi-lo de galhos e folhas secas (pensando bem, melhor não!), há essências com essa finalidade sendo vendidas nas lojas.

Para um peixe tão pequeno, o Tetra Foguinho é versátil e facílimo de cuidar. Come de praticamente tudo, desde rações em flocos comuns e específicas para peixes nanos, até artêmias, bloodworms e tubifex. Um aquário calmo e densamente plantado, com troncos submersos e substrato escuro, vai proporcionar as áreas de sombra para que ele se sinta mais seguro e possa exibir melhor suas cores.

A questão da compatibilidade já é um pouco delicada. Se você parar para pensar, boa parte dos peixes de aquário poderia transformar o Tetra Foguinho em tira-gosto. Nem pense em colocá-lo com a maioria dos barbos, acarás bandeiras, discos e tricogasters – é tragédia na certa. Por garantia, coloque-o sempre junto a peixes igualmente pequenos e delicados, como outros tetras, rasboras, limpa-vidros e coridoras anãs. Ele também pode ser útil para tranquilizar ciclídeos anões tímidos, como ramirezis e apistogrammas. Lembre-se que o Foguinho é parente próximo do Mato-Grosso (Hyphessobricon eques) e pode ser meio folgadinho como o primo, mordiscando as nadadeiras dos outros. Mas dado o tamanho do Foguinho, o potencial para estrago é muito reduzido.

Uma das recomendações mais importantes é sempre colocá-lo em grupos de pelo menos 8 indivíduos, ou o máximo que puder. Como peixe de cardume, ele confia na proteção do grupo e é sempre muito divertido observar sua interação com os outros. Se o ambiente estiver favorável, você pode até mesmo ter a sorte de assistir o processo de reprodução, que dizem ser bem fácil, principalmente com auxílio dos esfregões de desova. Os coitados dos filhotes são órfãos de pais vivos, sem qualquer cuidado parental e levam uns 2 meses para alcançar meio centímetro.

O Tetra Foguinho costumava ser meio difícil de encontrar nas lojas, mas isso vem mudando à medida que os nanos também vêm ganhando mais espaço. Aliás, eles nem precisam de muito.

Texto: Bruno Fortini
Foto: Marcelo Alcântara

 

Tetra Foguinho em versão zoom

 

Referências:

O´LEARY, Rachel e DENARO, Mark. The 201 Best Freshwater Nano Species. The Adventurous Aquarist Guide Series. TFH Publications: Neptune, 2014.

 

Sites:

www.fishlore.com

www.fishbase.de

www.tropicalfishsite.com

www.aqualifesupport.com

www.tfhmagazine.com

 

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