Apistogramma cacatuoides

Apistogramma cacatuoides: Um ciclídeo com timidez

  • Nome científico: Apistogramma cacatuoides (Hoedeman, 1951)
  • Outros nomes: Apisto cacatua, ciclídeo cacatua, ciclídeo anão de crista
  • Família: Cichlidae (ciclídeos)
  • Distribuição: América do Sul, no alto da Bacia Amazônica
  • Habitat: Riachos de água lenta e igarapés
  • Cores: Bege com barbatanas vermelhas e marcas pretas
  • Dimorfismo sexual: Machos são maiores e têm barbatanas mais suntuosas
  • Tamanho adulto: 7 cm (macho); 4 cm (fêmea)
  • Reprodução: Dispersão de ovos
  • Chance de reprodução: Média
  • Hábitos alimentares: Onívoro (insetos, vermes e pequenos crustáceos)
  • Nível da água: Fundo e meio

      No aquário:

  • Manutenção: Média dificuldade (peixe sensível)
  • Comportamento: Pacífico, embora territorial
  • Quantidade mínima: 1 ou 2 (casal)
  • Espaço mínimo: 57 L
  • Temperatura: 24 a 26 ºC
  • PH: Ácido (6.0 a 7.0)
  • Dureza da água: Mole ( 5 a 12)
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Expectativa de Vida: Cerca de 3 anos
  • Alimentação: Carnívoro (rações para peixes pequenos, bloodworms, tubifex, artêmias)
  • Decoração: Troncos, raízes, plantas, fundo de areia escura e espaços propícios para tocas
  • Cuidados especiais: Água mole e muito limpa, filtragem suave, iluminação discreta, companheiros calmos
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa. A companhia de pequenos tetras é mais do que bem-vinda. Evite outros ciclídeos e peixes agressivos.

O Apistogramma cacatuoides é um ótimo ponto de partida para quem quiser ingressar no fascinante mundo dos ciclídeos. Ao contrário da maioria dos seus parentes fanfarrões e do que a sua crista possa sugerir, o cacatuoides é um ciclídeo singelo e até meio medroso, que precisa da companhia de cardumes de peixinhos menores para se sentir seguro no aquário. Inclusive é muito comum vê-lo em aquários plantados amazônicos, junto a neons, rodóstomos e outros tetras. Com o tempo, ele fica mais saliente e com um pouco de paciência é possível alimentá-lo na mão.

Em tanques pequenos, normalmente coloca-se apenas um exemplar - o macho, que é maior e mais exuberante. Já em aquários grandes, pode-se colocar um casal ou harém com várias fêmeas para um único macho (decerto a opção favorita do peixe, se ele for consultado). Pode-se utilizar vasos de plantas, lascas de cerâmica ou potes de coco para induzir a procriação em uma caverninha (na maioria das vezes nem é necessário, eles mesmos cavam uma). Mas o que a princípio é motivo de júbilo logo vira uma dor de cabeça para o aquarista, pois os apistosgrammas delimitam uma área de isolamento ao redor da cria, que pode chegar a mais da metade do aquário, e passam a maltratar todo mundo que se aproxima, mesmo os tetras inocentes que até outro dia eram seus amigos. Por sorte, os filhotes crescem rápido e em algumas semanas o tormento acaba.

Há muitas variações de cores na espécie (barbatanas vermelhas, laranjas e amarelas) resultante de muitos anos de sucessivos cruzamentos em cativeiro. Mesmo assim, muitos apistogrammas ainda são capturados na Amazônia em sistema artesanal. Para cada peixe capturado, o “piabeiro” ribeirinho ganha 1 real. Um valor bem diferente das lojas.

Texto: Bruno Fortini
Fotos: Bruno Fortini e Marcelo Alcântara

 

Apistogramma com a cauda laranja

 

Referências:

GAY, Jeremy. Choosing the Right Fish for your Aquarium. Hamlyn: Londres, 2006.

SANDFORD, Gina. Aquarium Owner´s Manual. Londres: Dorling Kindersley, 2005.

SANDFORD, Gina. MiniEncyclopedia - The Tropical Aquarium. Barron´s Educational Series: Nova Iorque, 2005.

O´LEARY, Rachel e DENARO, Mark. The 201 Best Freshwater Nano Species. The Adventurous Aquarist Guide Series. TFH Publications: Neptune, 2014.

WOOD, Kathleen. The 101 Best Tropical Fishes. The Adventurous Aquarist Guide Series. TFH Publications: Neptune, 2007.

 

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