Randall Goby (Amblyeleotris randalli)

Randall Goby: A vida no fundo pode ser bem divertida!

  • Nome científico: Amblyeleotris randalli (Hoese e Steene, 1978)
  • Outros nomes: Orange prawn goby
  • Família: Gobiidae
  • Distribuição: Pacífico Ocidental (Barreira de Corais da Austrália, Ilhas Molucas e Micronésia)
  • Habitat: Tocas em áreas de areia e cascalho em recifes de coral. Profundidade de 25 a 50 metros.
  • Cores: Branco com listras laranjas bem finas
  • Dimorfismo sexual: O macho tem a barbatana dorsal em véu com uma mancha preta
  • Tamanho adulto: 9 cm
  • Hábitos alimentares: Carnívoro (pequenos invertebrados e zooplâncton)

      No aquário:

  • Manutenção: Fácil
  • Comportamento: Relativamente pacífico
  • Quantidade mínima: 1 (2, se for um casal consolidado)
  • Espaço mínimo: 40 L
  • Temperatura: 24 a 26 ºC
  • PH: 8.1 a 8.4
  • Salinidade: 1.020 a 1.025
  • Dureza da água: 8 a 12
  • Reef safe: Sim (Pode atacar pequenos paguros)
  • Pula do aquário: Sim
  • Expectativa de Vida: Cerca de 3 anos
  • Alimentação: Mysis, artêmias e rações para peixes marinhos. Alimente 2 vezes ao dia.
  • Nível da água: Fundo
  • Decoração: Rochas formando cavernas e substrato macio (areia)
  • Cuidados especiais: Tampa para evitar o “pulo do góbio”, conchas partidas para a construção de uma toca (se tiver o amigo camarão!)
  • Compatibilidade com outros peixes: Convive bem com peixes pacíficos, embora seja territorial na entrada da sua toca.  Há relatos de que alguns já devoraram Nano Gobies.

O Randall goby é um fiapinho de peixe espetacular e uma ótima opção para um “nano reef”, já que nunca se aventura para longe de sua toca e se acomoda facilmente a espaços pequenos.

Embora o Randall (como todos os góbios do gênero Amblyeleotris) seja considerado um animal tímido, isso parece se aplicar mais aos observadores humanos do que aos colegas de aquário. É só outro peixe passar na frente da sua toca que ele abre o bocão e a barbatana dorsal, chegando a sair em pequenas perseguições (o meu vive botando um Pseudochromis fridmani pra correr!). Surpreendentemente, pode conviver bem com outros góbios de fundo, chegando mesmo a compartilhar uma toca com eles – mas eu não arriscaria isso em um tanque pequeno, muito menos se houver uma diferença de tamanho considerável entre eles. É bom lembrar que, embora o Randall não tenha nenhum problema de autoestima, ele ainda é um góbio e isso o torna o petisco preferencial dos valentões de sempre (hawkfishes, baiacus, triggers, anjos e dottybacks).

O aspecto mais curioso de um Randall, por ser um “shrimp goby”, é a sua capacidade de firmar uma simbiose com todas as espécies de camarões pistola (gênero Alpheus). Eles dividem a mesma toca e têm um acordo de cavalheiros: o camarão atua como escavador e o góbio é o vigia, sempre avisando o seu amigo cegueta da aproximação de qualquer predador. Como ele faz isso? Sempre se mantém encostado em uma antena do camarão e, ao menor sinal de perigo, ele dá um solavanco e os dois se escondem no túnel. Trata-se de uma das mais divertidas amizades do mundo animal, e é uma pena que não seja muito observada no aquarismo brasileiro, já que dificilmente os camarões pistolas são vendidos por aqui. O Randall também muito vive bem no aquário sem o camarão, mas ainda assim é uma oportunidade perdida. Se você tiver a sorte de conseguir uma dupla já consolidada (A simbiose pode levar tempo, e não é totalmente garantida), providencie umas conchinhas quebradas de tempos em tempos para serem usadas como material de construção das tocas.

O Randall original

O Randall goby tem esse nome em homenagem ao ictiólogo norte-americano Dr. John E.Randall (1924 -), um dos mais renomados ictiologistas do mundo e especialista em peixes de recifes de coral.  Ele já escreveu 11 livros e mais de 600 artigos sobre o assunto.

Por Bruno Fortini

 

Referências:

FENNER, Robert M. The Conscientious Marine Aquarist. TFH Publications: Neptune,    2008.

Michael, Scott W. A Pocket Expert Guide to Reef Aquarium Fishes. USA: 2009.

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  1. O Randall Goby é absurdamente lindo! Um casal seria fascinante. É possível distinguir visualmente o macho da fêmea?

    • Através da barbatana dorsal, que é mais exuberante nos machos. Sim, e mais fascinante ainda quando macho e fêmea têm seus próprios camarões! Uma grande família feliz!

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