Peixe-Galho (Farlowella vittata)

Peixe-Galho: Um peixe que só que evitar a fadiga

  • Nome científico: Farlowella vittata (Myiers, 1942)
  • Outros nomes: Whiptail catfish, Twig catfish
  • Família: Loricariidae
  • Distribuição: Bacia do Orenoco (Colômbia e Venezuela)
  • Habitat: Riachos de águas rápidas com troncos e raízes submersas
  • Cores: Rajado, variando do verde oliva ao amarelo sujo
  • Dimorfismo sexual: Machos possuem o focinho mais largo e desenvolvem barbelas no período reprodutivo
  • Tamanho adulto: 15 cm
  • Reprodução: Depósito de ovos (Difícil no aquário)
  • Hábitos alimentares: Predominantemente vegetariano (algas) e microfauna

      No aquário:

  • Dificuldade Média a difícil
  • Comportamento: Pacífico (até demais!)
  • Quantidade mínima: 6
  • Espaço mínimo: 200 L
  • Temperatura: 24 a 26 ºC
  • PH: 6.0 a 7.0 /li>
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Expectativa de Vida: Cerca de 10 anos
  • Alimentação: Spirulina e tabletes para peixes herbívoros. Complemente com alimentos verdes (ex: pepino, brócolis, abobrinha, etc), tubifex e bloodworms.
  • Nível da água: Fundo
  • Decoração: Plantas altas (ex: valisneria, anúbia gigante e amazonense), troncos e areia fina
  • Cuidados especiais: Qualidade impecável da água (aquário estabilizado com filtragem eficiente, TPAs constantes, água mole e fluxo intenso, resultando em boa oxigenação).
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa, ideal com peixes pequenos. Evite ciclídeos briguentos e barbos mordedores.

Muitos aquaristas nutrem um verdadeiro fascínio pelas criaturas mais esquisitas. Como um peixe que mais parece um galho de árvore, praticamente imóvel o dia inteiro sem fazer nada, pode terá sua própria base de fãs e admiradores? Talvez seja justamente a sua forma bizarra e natureza críptica, conferindo ao aquário uma aura irresistível de mistério. Ou talvez seja puro mau gosto mesmo! Seja como for, o peixe galho conquistou um lugar de honra entre os oddballs (esquisitões) do aquarismo.

O Peixe-Galho é um dos membros mais exóticos da ordem dos siluriformes (peixes-gato ou bagres). Mais especificamente, trata-se de um tipo de cascudo adaptado para mimetizar os troncos e raízes submersas comuns em seu habitat, conseguindo assim despistar os predadores. E apesar da compleição frágil de tripa seca, o Peixe-Galho consegue resistir bravamente à correnteza dos rios graças à sua ventosa e forma hidrodinâmica. Ainda assim, ele nada com certa dificuldade e nunca se aventura muito longe, porque a couraça de escamas que o reveste restringe seus movimentos.

Há cerca de 37 espécies na natureza, mas apenas 2 espécies são usuais no aquarismo: a Farlowella acus (que corre risco de extinção) e a mais comum, Farlowella vittata. No aquário, o Peixe-Galho não é exatamente um festival de emoções. Ele fica quase todo o tempo parado, imitando... um galho submerso! (Quem poderia imaginar!?). De vez em quando, mexe o rabo ou muda de tronco ou rocha. Aprecia a companhia de peixes pequenos, como rasboras e tetras, mas confia totalmente na camuflagem para se proteger dos valentões. Se isso acontecer, é melhor você interferir a tempo, pois a resposta dele diante do perigo é sempre ficar imóvel. Prova disso é que você nem precisa da redinha para capturá-lo; basta usar a mão mesmo.

O Peixe-Galho é muito sensível à qualidade da água e sua sobrevivência a longo prazo exige trocas parciais constantes e um bom sistema de filtragem. Como os outros cascudos, ele vai ajudar no controle de algas no aquário, mas isso não vai matar sua fome. Complemente com Spirulina e tabletes vegetais para peixes de fundo. Rodelas de pepino ou abobrinha, brócolis, tubifex e bloodworms também são muito bem-vindos.

O Peixe-Galho definitivamente não é uma boa opção para aquaristas iniciantes ou relapsos. Mas isso faz parte do pacote. Um peixe tão singular não poderia jamais ceder ao puro senso comum.

Texto: Bruno Fortini
Fotos: Marcelo Alcântara

 

Peixe Galho fazendo o que faz melhor: nada!

Referências:

GAY, Jeremy. Choosing the Right Fish for your Aquarium. Hamlyn: Londres, 2006.

ROGERS, Geoff. FLETCHER, Nick. Guia Viual de Peces de Acuario de Agua Dulce. El Drac: Madri, 2004.

SANDFORD, Gina. Aquarium Owner´s Manual. Dorling Kinderseley: Londres, 2005.

SANDFORD, Gina. MiniEncyclopedia - The Tropical Aquarium. Barron´s Educational Series: Nova Iorque, 2005.

WOOD, Kathleen. The 101 Best Tropical Fishes. The Adventurous Aquarist Guide Series. TFH Publications: Neptune, 2007.

 

Sites:

www.planetcatfish.com

www.tfhmagazine.com

www.animal-world.com

 

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  1. Flávia Costa Cruz Negrão de Lima 19/06/2018 at 3:42 am · · Responder

    O peixe-galga tem a habilidade de mudar de cor para se camuflar melhor ao, por exemplo, migrar de um galho para uma rocha?

    • Não, não… A camuflagem se dá pela forma do peixe e pela sua coloração natural, que imita um galho. Há exemplares mais clarinhos, amarelados, e outros mais escuros (sem mencionar as variações tonais de espécies próximas). Ele não é uma espécie de camaleão aquático, infelizmente… rs.

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