Brochis Comum (Corydoras splendens)

Brochis Comum: Um bigodinho grandalhão

  • Nome científico: Corydoras splendens (Castelnau, 1855)
  • Outros nomes: Coridora Esmeralda, Coridora Verde, Sailfin Brochis
  • Família: Callichtydeae
  • Distribuição: Alto da Bacia do Amazonas (Equador, Peru e Brasil). No Brasil, é encontrado no Rio Tocantins.
  • Habitat: Rios com vegetação aquática e fundo arenoso ou lamacento
  • Cores: Verde metálico ou azulado
  • Dimorfismo sexual: Difícil distinguir. Fêmeas são maiores e mais roliças.
  • Tamanho adulto: 8 cm
  • Reprodução: Depósito de ovos adesivos
  • Hábitos alimentares: Onívoro (larvas de insetos, pequenos crustáceos, matéria vegetal e detritos)

      No aquário:

  • Manutenção: Fácil
  • Comportamento: Pacífico
  • Quantidade mínima: 6
  • Espaço mínimo: 80 L
  • Temperatura: 22 a 28 ºC
  • PH: 6.0 a 7.5 /li>
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Expectativa de Vida: 13 anos
  • Alimentação: Rações específicas para peixes de fundo (tabletes) e quaisquer outras que afundem logo; aprecia larvas de mosquitos, bloodworms e tubifex.
  • Nível da água: Fundo
  • Decoração: Boa concentração de plantas e troncos, compondo esconderijos, mas intercalados por espaços abertos.
  • Cuidados especiais: Cardume de pelo menos 6 peixes, substrato macio sem pontas e boa oxigenação.
  • Compatibilidade com outros peixes: Excelente. Coexistem muito bem com outras espécies de porte pequeno e médio.

A Coridora Esmeralda é mais conhecida pelos aquaristas da velha guarda pelo seu nome científico original – Brochis splendens (“tinteiro brilhante”, em grego, se é que ela se parece com um). Recentemente, esse peixe foi incorporado ao gênero Corydora, mas em nome da tradição e do meu chauvinismo anacrônico vou me ater ao nome antigo: “Brochis”.

A cor metálica deste peixe o torna muito parecido com uma Coridora Comum (Corydora aeneus), mas ele é maiorzão e mais cabeçudo. Em condições de saúde ideais, o Brochis adquire um brilho iridescente esverdeado bem bonito, que lhe confere o nome um pouco exagerado de “Coridora Esmeralda”. Além disso, tem uma barbatana dorsal bem comprida, com 10 a 12 raios, enquanto a maioria das coridoras tem apenas 6 ou 8.

Na vida prática, não muda nada. O Brochis se comporta como qualquer outra coridora. Passa o dia inteiro parado ou vasculhando o fundo à procura de detritos e sobras de alimentos, desempenhando bem o papel de faxineiro do aquário. Mas atenção! Ele não vai comer o cocô dos outros peixes (eca!) nem livrar os donos preguiçosos de fazer as trocas de água regulares. De vez em quando, o Brochis dispara como um foguete em direção à superfície, dá umas golfadas de ar e volta para o fundo. É um comportamento típico da família, pois as placas de proteção atrapalham o funcionamento das brânquias e eles precisam extrair oxigênio direto do ar.

Os cuidados são muito simples. Providencie um substrato macio, de preferência arenoso, ou então com cascalho redondinho, para não danificar as barbelas (bigodes) do Brochis. Pedras pontiagudas podem feri-las e abrir caminho para uma infecção. Coloque também muitas plantas e troncos para gerar esconderijos e áreas de sombra, mas reservando um bom espaço livre para o Brochis circular (lembre-se que ele passa quase todo o tempo no fundo). Comida também não e problema, ele aceita praticamente tudo. Apenas certifique-se de que ela esteja chegando ao fundo. Se puder fazer um agrado, ele adora larvas vivas de mosquitos, bloodworms e tubifex.

O Brochis é um perfeito pacato cidadão, ideal para aquários comunitários. Não caça briga com ninguém e se sente melhor em companhia de pelo menos 5 exemplares da sua espécie. Quanto mais, melhor, até onde o tamanho do tanque permitir. Também convive muito bem com outras coridoras, exceto as anãs, que pode atropelar acidentalmente. Também pense 2 vezes antes de colocá-lo com ciclídeos valentões, pois esses estão sempre à procura de um coitado para atormentar.

O Brochis tem 2 outros dois parentes próximos, O Brochis gigante (agora Corydora britzkii), que chega a atingir 13 cm, e o Longnosed Brochis (Corydora multiradiatus), que tem um focinho de fazer inveja a um tamanduá. Por alguma razão, esses 3 peixes nunca ganharam a popularidade que mereciam no aquário, sempre eclipsados por seus priminhos menores.

Texto: Bruno Fortini
Fotos: Marcelo Alcântara

 

Brochis e sua faxina diária

 

Referências:

GAY, Jeremy. Choosing the Right Fish for your Aquarium. Hamlyn: Londres, 2006.

ROGERS, Geoff. FLETCHER, Nick. Guia Viual de Peces de Acuario de Agua Dulce. El Drac: Madri, 2004.

SANDFORD, Gina. Aquarium Owner´s Manual. Dorling Kinderseley: Londres, 2005.

SANDFORD, Gina. MiniEncyclopedia - The Tropical Aquarium. Barron´s Educational Series: Nova Iorque, 2005.

WOOD, Kathleen. The 101 Best Tropical Fishes. The Adventurous Aquarist Guide Series. TFH Publications: Neptune, 2007.

 

Sites:

www.planetcatfish.com

www.tfhmagazine.com

www.animal-world.com

 

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  1. Flávia Costa Cruz Negrão de Lima 14/06/2018 at 4:12 am · · Responder

    Por favor, como o Brochis gosta da companhia de outros da mesma espécie, gostaria de saber se é fácil a reprodução do mesmo em cativeiro.

    • Infelizmente não é tão fácil, Flávia. E é improvável que a reprodução ocorra naturalmente num aquário comunitário. É melhor colocar um grupo de Brochis num aquário separado, fazendo trocas regulares de água 2 vezes por semana (talvez até mais!) para estimular os peixes. O aquário deve ter plantas (Microsorum é uma boa opção) para os ovos aderirem e, em alguns dias, os filhotes nascem. Eu nunca tentei e tive coridoras (os primos menores do Brochis) por muitos anos e eles nunca reproduziram.

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