Xadrezinho (Dicrossus filamentosus)

Xadrezinho: Um nanico com grande personalidade

  • Nome científico: Dicrossus filamentosus (Ladiges, 1958)
  • Outros nomes:  Apistograma Xadrezinho, Xadrezinho Cauda de Lira, Patakera, Checkerboard Cichlid
  • Família: Cichlidae
  • Distribuição: Bacia Amazônica (Rio Negro no Brasil e Rio Orinoco na Bolívia)
  • Habitat: Água negra de riachos e áreas alagadas
  • Cores: Cor de cobre com 2 séries longitudinais de quadradinhos preto.  Detalhes azuis e vermelhos
  • Dimorfismo sexual: Macho é maior, mais colorido e exibe a indefectível cauda de lira
  • Tamanho adulto: 6 cm (macho); 4 cm (fêmea)
  • Reprodução: Depósito de ovos (Difícil no aquário)
  • Hábitos alimentares: Carnívoro (insetos, vermes e pequenos crustáceos)

      No aquário:

  • Dificuldade: Média
  • Comportamento: Pacífico
  • Quantidade mínima: 1 (melhor em casal ou grupos)
  • Espaço mínimo: 40 L
  • Temperatura: 26 a 29 ºC
  • PH: 4.0 a 6.6
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Expectativa de Vida: Cerca de 3 anos
  • Alimentação: Rações específicas para peixes pequenos, Spirulina, alimentos vivos, congelados ou secos (Cyclops, artêmias, bloodworms, tubifex, etc).
  • Nível da água: Fundo
  • Decoração: Emaranhado de troncos, raízes, folhas e frutos secos com substrato arenoso, de preferência escuro. Plantas aquáticas não são obrigatórias, mas adicione áreas de esconderijos (potes, pedras, etc). Folhas secas no fundo são bem-vindas.
  • Cuidados especiais: Iluminação suave; alta qualidade da água com sistema eficiente de filtragem e circulação suave; manutenção constante
  • Compatibilidade com outros peixes: Ideal com peixes pequenos. Coloque um cardume de tetras e coridoras como apoio psicológico.

O Xadrezinho é um dos menores ciclídeos do mundo e é tido quase como um caçulinha entre os Apistogrammas. Na verdade, ele pertence a um outro gênero de ciclídeos anões fininhos e barbatanas exuberantes, mas para efeitos práticos de aquarismo pode sim ser tratado como qualquer Apistogramma. Ou seja, muito bem tratado.

O nome “Xadrezinho” se deve a duas fileiras de quadradinhos pretos que ele apresenta no corpo. Essa coloração, contudo, oscila conforme os humores do peixe e se torna exuberante durante o período reprodutivo, realçando os tons azuis e vermelhos. Como não é lá muito fácil induzir esse estado num aquário comum (principalmente na companhia de outras espécies), é melhor você se contentar com a estampa xadrez mesmo e com a cauda de lira do macho.

A espécie pode ser encontrada nas bacias do Rio Negro e Orinoco na Amazônia, no mesmo tipo de ambiente dos Neons e Discos: água negra com alto grau de acidez pela presença de matéria orgânica vegetal em decomposição. É só assistir a qualquer vídeo sobre o Rio Negro para conferir a quantidade de galhos, folhas, frutos e raízes no fundo do rio. Plantas vivas mesmo, praticamente nenhuma. Se quiser reproduzir esse ambiente, não se esqueça de ferver todos os itens antes de colocá-los no aquário, para evitar qualquer foco de infecção. E pode adicionar umas plantas flutuantes também. Mesmo que elas não existam no ambiente natural, ajudam a diluir a claridade da lâmpada e a criar um ambiente mais sombrio e aconchegante para o peixinho.

Recapitulando os cuidados de sempre para qualquer ciclídeo anão amazônico: filtragem impecável, alimentação diversificada de alta qualidade (principalmente artêmias, tubifex e bloodworms), manutenção e TPAs constantes, muitos esconderijos e cardumes de Tetras para um ambiente zen no aquário (ou o peixe vai passar o tempo todo entrincheirado no fundo, entre galhos e folhas). O Xadrezinho pode viver muito bem em grupos, desde que o tanque permita a criação de vários territórios para diluir as tretas entre os machos. A chance de procriação é pequena, a não ser que você utilize água deionizada com PH reduzido a 5 e eleve a temperatura próximo aos 30ºC Lembrando que poucas espécies conseguem coabitar esse tórrido e mefítico ninho de amor.

O Xadrezinho é um peixe que não vê todo dia nas lojas de aquário, e para piorar, alguns atacadistas malandros só fornecem alternadamente machos ou fêmeas, para garantir sua reserva de mercado. Há um parente próximo ainda mais bonito, o Xadrezinho Cauda de Espada (Dicrossus maculatus), mas ele é mais raro, mais caro e normalmente só obtido via encomenda. Escolhendo um ou outro, você terá o melhor – e o pior – do mundo dos ciclídeos em um pacotinho.

Texto: Bruno Fortini
Foto: Marcelo Alcântara

 

Referências:

SANDFORD, Gina. Aquarium Owner´s Manual. Londres: Dorling Kindersley, 2005.

SANDS, David. LOISELLE, Paul V. LEIBEL, Wayne S. A Popular Guide to Tropical Cichlids. Londres: Salamander Books, 1994.

 

Sites:

www.aquarismopaulista.com

www.ciclideos.com

www.dwarfcichlid.com

www.seriouslyfish.com

www.tfhmagazine.com

 

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  1. Flávia Costa Cruz Negrão de Lima 02/10/2018 at 2:09 am · · Responder

    É verdade que o peixe Xadrezinho é o peixe mais pacifico e relativamente calmo dentre os Apistogrammas?

    • Difícil dizer, Flávia. Os Apistogrammas são todos muito bonzinhos, ficando muito chatos apenas em período de acasalamento.

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