Peixe Lápis Anão (Nannostomus marginatus)

Peixe Lápis Anão: Um peixinho delicado para aquaristas de fino trato

  • Nome científico: Nannostomus marginatus (Eigenmann, 1904)
  • Outros nomes: Nanóstomo Anão
  • Família: Characidae
  • Distribuição: América do Sul (Oeste da Bacia Amazônica, englobando territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Guiana e Suriname). No Brasil, é coletado próximo às margens do Rio Negro.
  • Habitat: Riachos, pântanos e igarapés de água escura e lenta, principalmente em trechos com grande concentração de plantas aquáticas e madeira submersa.
  • Cores: Bege com 3 listras pretas longitudinais e detalhes vermelhos nas barbatanas
  • Dimorfismo sexual: Fêmeas mais arredondadas; machos mais coloridos e esbeltos
  • Tamanho adulto: Até 3,5 cm
  • Reprodução: Ovíparo dispersor. Não há cuidado parental.
  • Hábitos alimentares: Micropredador (pequenos crustáceos, vermes, insetos, zooplâncton)

      No aquário:

  • Dificuldade Média
  • Comportamento: Pacífico com outras espécies. Os machos são agressivos entre si.
  • Quantidade mínima: Mínimo de 6 (recomendável mais de 10)
  • Espaço mínimo: 32 L
  • Temperatura: 24 a 28 ºC
  • PH: 4.0 a 7.0
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Pula do aquário: Sim
  • Expectativa de Vida: Cerca de 3 anos
  • Alimentação: Rações específicas para nanos, Spirulina, alimentos vivos, congelados ou secos (Cyclops, artêmias, bloodworms, tubifex, etc).
  • Nível da água: Meio e alto
  • Decoração: Aquário plantado com vários troncos e galhos para esconderijos e delimitação de territórios. Adicione plantas flutuantes e substrato escuro.
  • Cuidados especiais: Água mole e ácida (use um saquinho de turfa ou essência vendida em lojas para que ela fique cor de chá), fluxo suave.
  • Compatibilidade com outros peixes: Razoável. Pode ser colocado apenas com outras espécies pacíficas e de pequeno porte, pois é muito tímido.

Os peixes Lápis ou Nanóstomos (“boca pequena” em latim) são caracídeos compridinhos que se parecem muito com... bem, com peixes em forma de lápis mesmo! São ao todo 19 espécies, com mais revisões taxonômicas a caminho. Teoricamente, eles não são tetras, já que não têm a barbatana adiposa dorsal que caracteriza esse grupo. Mas, para efeitos práticos de aquarismo, eles são totalmente tetras – peixinhos amazônicos, cardumeiros, relativamente pacíficos e ideais para aquários plantados.

O Peixe Lápis Anão pode atingir até 3,5 cm, mas geralmente fica em torno de 2,5 cm. Ele é encontrado em uma área muito ampla da Amazônia, com pequenas variações de cor em cada região (no Peru, ele exibe pigmentação amarela no corpo e no Suriname tem uma pequena faixa vermelha no corpo). A celebrada espécie “Coral Red” do Peru até outro dia era uma só uma variante do Lápis Anão.

Na natureza, ele vive em águas escuras e paradas de riachos e pântanos com vegetação aquática bem densa. Deve-se tentar replicar esse ambiente no aquário, colocando muitas plantas (cabombas e microssorum são boas escolhas), galhos e troncos para criar áreas de sombra e esconderijos. Substrato escuro e plantas flutuantes também são bem-vindos. Melhor ainda se você adicionar um saquinho de turfa ou essência cor de chá – o Lápis vai se sentir em pleno Rio Negro!

Os cuidados necessários são os mesmos de praxe para peixes amazônicos: água ácida e limpa, com filtragem suave. Use ração para peixes pequenos com os mimos adicionais (tubifex, artêmias, bloodworms, etc). E coloque-o só em companhia de peixes igualmente pequenos e tímidos, como outros tetras, coridoras, colisas e apistogrammas. É melhor até que ele seja a única espécie de superfície, sem a concorrência de paulistinhas, rasboras e borboletas. Não é indicado para tanques comunitários genéricos, pois seu jeitinho delicado e introvertido o tornaria o saco de pancada oficial do aquário.

O Lápis reserva seu lado negro para os membros da própria espécie. O macho pode ser muito hostil com outros machos e até com as fêmeas. Aqui se aplica a mesma técnica empregada com ciclídeos africanos: coloque um bom número de peixes juntos (6 é o mínimo, mas o recomendável é 10), para diluir a agressão. Claro, o Lápis é um peixe de cardume e, embora se irrite com os congêneres, odeia ainda mais ficar sozinho. Assim, mesmo sendo um peixe pequeno, convém um aquário de tamanho razoável (cera de 80 litros) para minimizar o risco de carnificina.

Uma curiosidade a respeito do Lápis é a alternância de cores durante a noite. A listra horizontal desaparece e o peixe assume uma palidez fantasmagórica com 2 barras verticais. Não se sabe muito bem qual a razão, mas é bom avisar, antes que você morra de susto.

Enfim, o Peixe Lápis Anão é uma boa opção para tanques plantados, desde que o aquarista esteja atento às criquices eventuais e selecione muito bem suas companhias. Ele pode até se tornar o seu quase-tetra favorito!

Texto: Bruno Fortini
Fotos: Marcelo Alcântara

 

Referências:

ALDERTON, David. Encyclopedia of Aquarium & Pondfish. Dorlink Kinderseley: Londres, 2008.

O´LEARY, Rachel e DENARO, Mark. The 101 Best Freshwater Nano Species. The Adventurous Aquarist Guide Series. TFH Publications: Neptune, 2014.

SANDFORD, Gina. Aquarium Owner´s Manual. Londres: Dorling Kindersley, 2005.

 

Sites:

www.seriouslyfish.com

www.fishkeeper.co.uk

www.tfhmagazine.com

 

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  1. Eles se dao bem com betta?

    • Compatibilidade de peixes não é uma ciência exata, mas eu acho que existe um risco considerável dos peixes lápis mordiscarem a cauda dele. Eu não arriscaria (admito que sou medroso! Rs)

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