Yellow Tang (Zebrasoma flavescens)

Yellow Tang: A face amarela do aquarismo

  • Nome científico: Zebrasoma flavescens (Bennett, 1828)
  • Outros nomes: Yellow Sailfin Tang, lau’ipala (Havaí)
  • Família: Acanthuridae
  • Distribuição: Oeste do Pacífico, principalmente no Havaí
  • Habitat:  Recifes de corais em zonas de corrente forte (1 a 36 metros)
  • Cores:  Amarelo brilhante
  • Dimorfismo sexual: Não
  • Tamanho adulto: 15 cm
  • Hábitos alimentares: Predominantemente herbívoro (algas)

      No aquário:

  • Dificuldade de Manutenção: Fácil
  • Comportamento: Pacífico
  • Quantidade mínima: 1
  • Espaço mínimo: 300 L
  • Temperatura: 24 a 26 ºC
  • PH: 8.1 a 8.4
  • Salinidade: 1.021 a 1.024
  • Dureza da água: 8 a 12
  • Reef safe: Sim
  • Pula do aquário: Sim (Coloque uma tampa!)
  • Expectativa de Vida: Cerca de 10 anos
  • Alimentação: Base vegetal (Spirulina e algas Nori) e rações diversas (Zooplâncton, mysis, artêmias, krill, etc)
  • Nível da água: Aquário inteiro
  • Decoração: Rochas vivas
  • Cuidados especiais: Tanque grande e espaçoso, rochas para acúmulo de algas e bom sistema de filtragem e circulação
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa, mas pode ser territorial com outros Tangs

No restaurante japonês. No salão do dentista. Na casa do seu primo. Onde houver um aquário marinho, lá estará um Yellow Tang. É é bem capaz que ele só perca para o bom e velho palhacinho Ocellaris como o peixe de água salgada mais popular e onipresente do mundo.

E não é para menos: o Yellow Tang ilumina qualquer tanque como um esplendoroso e frenético raio de sol. Compacto, com temperamento discreto e biquinho afilado, ele se parece mais com um delicado peixe-borboleta do que com seus parentes encrenqueiros. Mas não se engane. Diante de uma rusga, ele eriça seus ferrões laterais e mostra que é sim um Cirurgião de pedigree.

O Yellow Tang é encontrado nos recifes de uma ampla faixa do Pacífico Ocidental, mais ao norte do que a média dos peixes tropicais. Isso exclui a Grande Barreira de Corais na Austrália, por exemplo. A quase totalidade dos exemplares coletados para o aquarismo vem do Havaí, atingindo o número assombroso de mais de 250 mil peixes por ano. Recentemente, houve até um grande debate público sobre o fim da captura de Tangs nas ilhas, envolvendo desde argumentos bioéticos até disputas comerciais com a indústria do turismo. Ao que parece, a treta ainda está bem longe do fim.

Para um único exemplar, você precisa de um aquário com pelo menos 300 litros, por ser um peixe muito inquieto e de ímpeto explorador. Coloque uma boa quantidade de rochas vivas para o Tang mordiscar algas e usar como esconderijos. Um fluxo intenso de água é essencial, para gerar muito oxigênio e simular as zonas de corrente forte onde ele vive. E não se esqueça de um bom sistema de filtragem com skimmer, pois todo peixe herbívoro é um grandessíssimo ca… digo, produtor de matéria orgânica!

Como membro do gênero Zebrasoma, ele é bem mais resistente a doenças e flutuações de parâmetros que a maioria dos Tangs (muitos são verdadeiros ímãs de íctio, como o pobre Hepatus). Por ser herbívoro, ele é bem atendido pela ração Spirulina, complementada por algas Nori afixadas com clips no vidro do aquário. Esqueça aquela conversa de alfaces e outras verduras; elas têm valor nutricional baixo, são cheias de agrotóxicos e não faz lá muito sentido dar vegetais terrestres a peixes marinhos.

O Yellow Tang é um cidadão modelo e há poucos relatos de agressão com outras espécies. Ele não provoca ninguém e se garante com os ferrões. Mas se tiver que dividir um espaço exíguo com outros Tangs e, pior ainda, da mesma espécie, você pode acabar assistindo um torneio de Mortal Kombat dentro do seu aquário. No caso de você ser um felizardo com um tanque de 500 litros, aí pode sim colocar 2 ou mais Tangs para dividir o apê.

Criar um Yellow Tang é uma espécie de rito de passagem para qualquer aquarista marinho. Há outros peixes amarelinhos bem bonitos por aí, como o Yellow Coris e o Yellow Clown Goby, mas se você quiser um verdadeiro campeão, já sabe por onde começar. Ou você vai se contentar só com palhacinhos para sempre?

Por Bruno Fortini
Foto: Marcelo Alcântara

O sol da meia-noite!

 

Referências:

ALDERTON, David. Encyclopedia of Aquarium & Pondfish. Dorlink Kinderseley: Londres, 2008.

FENNER, Robert M. The Conscientious Marine Aquarist. Neptune: TFH Publications, 2008.

GAY, Jeremy. Choosing the Right Fish for your Aquarium. Hamlyn: Londres, 2006.

MICHAEL, Scott W. A Pocket Expert Guide to Reef Aquarium Fishes. USA: 2009.

SANDFORD, Gina. Aquarium Owner´s Manual. Londres:  Dorling Kindersley, 2005.

 

Sites:

www.waikikiaquarium.org

www.wetwebmedia.com

 

 

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Commenting area

  1. Flávia Lima 23/07/2019 at 10:37 pm · · Responder

    É verdade que o Yellow Tang consegue nadar de ré? Que bom que o blog voltou a ficar ativo, estava com saudades!

    • Natação estranha não costuma ser motivo de alegria para um aquarista. Pode indicar uma doença da bexiga natatória, por exemplo.
      Mas, sim! Tangs podem ser vistos nadando de costas e mesmo de cabeça para baixo. O meu nunca vi, thank goodness!

      Obrigado pelo carinho, Flavita

  2. Flávia Lima 31/07/2019 at 12:37 pm · · Responder

    É verdade que o Yellow Tang consegue nadar de ré?

  3. Cara, achei por acaso esse blog.
    Muito bom, com texto de qualidade. Temos excesso de achismo no hobby.
    Vou aproveitar a quarentena pra ler.
    Parabéns

    • Puxa, muito obrigado pelo apoio, Luis! Eu posso até escrever umas abobrinhas aqui e ali, mas sempre pesquiso muito antes….

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