Ampulária

Ampulária: A vida alucinante de uma lesma

  • Nome científico: Pomacea diffusa (Reeve, 1856)
  • Outros nomes: Apple Snail, Mistery Snail
  • Família: Ampullariidae
  • Distribuição: América do Sul (Amazônia)
  • Habitat: Rios, lagos, brejos e igarapés
  • Cores: A concha varia entre o amarelo, o verde, o marrom, branco marfim e até azul
  • Dimorfismo sexual: Sutil
  • Tamanho adulto: Cerca de 5 cm
  • Reprodução: Dispersão de ovos. Chances moderadas de sucesso.
  • Hábitos alimentares: Onívoros (matéria vegetal e detritos)

      No aquário:

  • Dificuldade Fácil
  • Comportamento: Pacífica
  • Quantidade mínima: 1
  • Espaço mínimo: 30 litros
  • Temperatura: 18 a 28 ºC
  • PH: 7 a 8
  • Convive bem com plantas: Sim
  • Pula do aquário: Pular não pula, mas pode cair da borda
  • Expectativa de Vida: De 1 a 3 anos, em média
  • Alimentação: Ração para peixes, algas e vegetais (ex: alface e abobrinha)
  • Nível da água: Aquário inteiro
  • Decoração: Muitas plantas
  • Cuidados especiais: Tanque com tampa, adição de cálcio
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa. Mas pode ser atacada por ciclídeos e botias.

Ninguém monta um aquário pensando no lar, doce lar de uma lesma. Normalmente, você só lembra delas quando quando as algas já tomaram conta e decide tentar de tudo para acabar com as danadas. Pois isso é o que o senso comum tem a dizer sobre as lesmas: elas comem algas. Fim.

Ora, essa  ideia não raspa nem a superfície do mundo maravilhoso das Ampulárias – as maiores lesmas de água doce do mundo. Originárias da Amazônia e introduzidas na Sudeste da Ásia com consequências ambientais desastrosas, as Ampulárias se tornaram muito comuns no aquarismo devido à sua proverbial e por vezes superestimada habilidade para controlar algas. Na verdade, elas são onívoras e se satisfazem com tudo, desde comida de peixe, passando por matéria orgânica em decomposição e eventualmente até mesmo as plantas que você tanto quer proteger. Por vezes, elas também são procuradas por garotinhos juvenis  para seus estudos na aula de ciências.

Felizmente, há outros bons motivos para se querer uma. Primeiro, as suas conchas redondinhas exibem padrões cromáticos muito bonitos, geralmente amarelos e marrons, sem falar nas raríssimas matrizes azuis e brancas marfim. Mas o que interessa mesmo é o seu comportamento, alternando períodos de inatividade (sim, lesmas hibernam!) com surtos de ímpeto aventureiro ao redor do aquário. Num momento, você vê a Ampularia rastejando no fundo do aquário. Em outro, de cabeça para baixo raspando as folhas de uma Anubia, até que se escorrega e cai. E de repente você a vê flutuando na superfície da água como uma náufraga esperando algo para se agarrar. Diversão garantida!

Cuidar de uma Ampulária é muito fácil, já que você não precisa fazer basicamente nada. O único cuidado especial é adicionar um pouco de cálcio na água, sabendo que água mole corrói o casco da pobrezinha. É recomendável colocá-la num aquário plantado de pelo menos 30 litros, de modo que haja uma quantidade razoável de algas para provê-la. Pela mesma lógica, convém não exceder 2 exemplares por cada 100 litros. E também não se esqueça de que o aquário deve ter uma tampa, para evitar que ela caia para fora (principalmente no caso das fêmeas, que costumam sair da água para botar os ovinhos gosmentos em formato de cachos de uva).

Enfim, se você nunca pensou em colocar uma lesma no seu aquário, pode estar desperdiçando a oportunidade da sua vida! Elas são baratinhas, irrequietas e uma fonte infinita de entretenimento – provavelmente, mais até do que os seus peixes.

Texto: Bruno Fortini
Fotos: Adriano Lima

O lugar de uma lesma é onde ela quiser!

 

Referências:

DENARO, Mark e O´Leary, Rachel. Freshwater Nano Species. TFH Publications: New Jersey, 2014.

Sites:

www.applesnail.net

 

 

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  1. Flávia Lima 02/01/2019 at 2:59 pm · · Responder

    É verdade que caramujos hibernam?

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