Blonde Naso Tang (Naso elegans)

Blonde Naso Tang: Um peixe discretamente fabuloso

  • Nome científico: Naso elegans (Ruppel, 1829)
  • Outros nomes: Elegant Unicornfish, Indian Orangespine Unicornfish
  • Família: Acanthuridae
  • Distribuição: Oceano Índico e Mar Vermelho (Do sul da África até Bali, na Indonésia)
  • Habitat: Recifes de coral e fundos rochosos. Profundidade de 5 a 90 m.
  • Cores:  Cinzento com vários detalhes coloridos pelo corpo. Boca laranja e testa amarela separados por uma máscara negra. Barbatana dorsal amarela com um filete azulado.
  • Dimorfismo sexual: Sutil. Macho desenvolve filamentos mais longos na cauda de lira.
  • Tamanho adulto: Até 45 cm
  • Hábitos alimentares: Herbívoro (Algas, principalmente as marrons)

      No aquário:

  • Dificuldade de Manutenção: Intermediária
  • Comportamento: Pacífico
  • Quantidade mínima: 1
  • Espaço mínimo: 900 L
  • Temperatura: 24 a 26 ºC
  • PH: 8.1 a 8.4
  • Salinidade: 1.021 a 1.024
  • Dureza da água: 8 a 12
  • Reef safe: Sim
  • Pula do aquário: Sim (Coloque uma tampa!)
  • Expectativa de Vida: Cerca de 20 anos
  • Alimentação: Alimentos verdes (algas, Nori e Spirulina), zooplâncton, kriil, mysis e rações para peixes marinhos
  • Nível da água: Aquário inteiro
  • Decoração: Rochas vivas
  • Cuidados especiais: Tanque grande e espaçoso, rochas para acúmulo de algas e bom sistema de filtragem e circulação
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa.  Mais pacífico que a média dos Tangs, mas pode arrumar treta com seus parentes próximos.

Para um peixe que é quase todo cinza, o Blonde Naso é um bocado extravagante. Com seu biquinho recoberto de batom laranja, máscara facial e uma barbatana que sugere uma cabeleira amarela, ele já chegou a ser chamado de “Madonna Tang” nos anos 90.  Mas ao contrário do que a sua aparência esdrúxula possa sugerir, ele é um peixe relativamente calmo e discreto para uma família repleta de fanfarrões.

Os Nasos são um gênero de Tangs pacatos e grandalhões do Indo-Pacífico. Das muitas espécies na natureza, apenas 4 são vistas regularmente no aquarismo, entre os quais o Blonde Naso e o seu primo mais famoso, o Lipstick Tang (Naso lituratus). São praticamente idênticos e, até recentemente, o Blonde era considerado só uma variante regional do Lipstick no Oceano Índico. Mas diferenciá-los é fácil: o Blonde tem a barbatana dorsal amarela e o Lipstick, preta. Ah, sim! O Blonde também é fácil de reconhecer pelo preço bem mais alto.

Vencida a barreira dos cifrões, a primeira dificuldade é o tamanho do aquário: nada menos do que 900 litros – condição que poucos aquaristas diletantes conseguiriam atender. Pode parecer até exagero, mas temos que lembrar que Tangs são peixes muito ativos que vagueiam por toda a extensão de um recife e além. Ainda mais os Nasos, que por vezes se aventuram até no mar aberto. Além do volume, é necessário deixar um bom espaço aberto para o peixe explorar. Não ocupe cada milímetro disponível com rochas e corais. Além disso, espaços estreitos aumentam o risco do Naso arranhar o aquário com o seu ferrão.

Ah, o ferrão! Isso merece um comentário à parte. Ao contrário dos Tangs dos gêneros Acanthurus e Zebrasoma, que têm um ferrão retrátil de cada lado da cauda, o Naso possui 2 que ficam permanentemente eretos. Isso potencializa uma série de acidentes. Desde arranhar o vidro do tanque, ficar preso numa caverna, rasgar um rival ao meio (isso eu já vi, juro!) ou perfurar a cara de alguém em um salto espetacular para fora do aquário. Bem, pelo menos esse último pode ser evitado com uma tampa.

Como outros Tangs, o Naso requer um aquário com excelente filtragem para dar conta de suas nuvens de cocô e de uma circulação intensa  para aumentar o nível de oxigênio na água. Em termos de comida e comportamento, o Naso é bem tranquilo. A base da alimentação é vegetal (Spirulina e algas Nori presas por um clip) complementada com zooplâncton, pequenos crustáceos e comida para peixes marinhos. Entre uma refeição e outra, eles vão petiscando as algas que crescem nas rochas. E, apesar do perigo do ferrão, o Naso não perturba ninguém, seja peixe ou invertebrado, a não ser eventuais brigas com outros Tangs (sendo maiores as chances da agressão partir do outro lado). Na maior parte das vezes, ele convive bem com seus parentes do gênero Zebrasoma, como o Yellow Tang.

O Blonde Tang é um peixe que se destaca em qualquer aquário, geralmente virando o personagem central. E não precisa nem se esforçar para isso. Para um peixe que parece uma drag queen dos recifes, ele prima muito pela discrição.

Por Bruno Fortini
Foto: Marcelo Alcântara

Blonde Naso juvenil: Muito glamour pela frente!

 

Referências:

ALDERTON, David. Encyclopedia of Aquarium & Pondfish. Dorlink Kinderseley: Londres, 2008.

GAY, Jeremy. Choosing the Right Fish for your Aquarium. Hamlyn: Londres, 2006.

GOMES, Sérgio. O Aquário Marinho e as Rochas Vivas. São Paulo, 2007.

KINGSLEY, Rebecca. Peixes de Aquário Marinho. São Paulo: Nobel, 1998.

FENNER, Robert M. The Conscientious Marine Aquarist. Neptune: TFH Publications,
2008.

 

Sites:

www.saltwatersmarts.com

www.fishesofaustralia.net

www.tfhmagazine.com

www.animalworld.com

 

 

 

 

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  1. Flávia Costa Cruz Negrão de Lima 16/09/2018 at 10:41 pm · · Responder

    “Para um peixe que parece uma drag queen dos recifes, ele prima muito pela discrição.” Que esplendoroso fechamento de artigo! Como leitora assídua do blog, registro que foi meu preferido!

  2. Flávia Costa Cruz Negrão de Lima 16/09/2018 at 10:46 pm · · Responder

    Ouvi falar que se o Blonde Tang apresentar manchas escuras nas laterais é sinal de que está doente. Isso procede?

    • Procede sim, Flávia! Provavelmente você esta´se referindo a uma doença conhecida como “Black Spot” ou “Doença dos Tangs”, embora possa atacar outros peixes também. São pequenos pontos pretos provocados por vermes achatados (eca!). Não são tão terríveis quanto outros parasitas, mas devem ser removidos com banhos de água doce em cada peixe do aquário – capturá-los um por um é uma dor de cabeça a parte. Há peixes, como wrasses, que adoram comer essas pragas e podem ajudar a debelar o problema.

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