Blue Tetra: Tão azul quanto um Tetra pode ser
- Nome científico: Knodus borchi (confundido até hoje com o Boehlkea fredcochui)
- Outros nomes: Tetra azul, Cochu´s tetra (nome errôneo)
- Família: Characidae
- Distribuição: Amazônia peruana (Rio Nanay, em Iquitos)
- Habitat: Rio de águas lentas, lagoas e córregos
- Cores: Azul turquesa ao verde concentrado na parte posterior, com detalhe púrpura na base da cauda
- Dimorfismo sexual: Fêmeas são maiores e mais roliças; machos mais coloridos
- Tamanho adulto: 4 a 5cm
- Reprodução: Dispersão de ovos
- Hábitos alimentares: Micropredador (pequenos crustáceos, vermes, insetos, zooplâncton)
No aquário:
- Dificuldade Média
- Comportamento: Pacífico (mas pode mordiscar nadadeiras de alguns peixes
- Quantidade mínima: Mínimo de 6 (recomendável mais de 10)
- Espaço mínimo: 32 L
- Temperatura: 24 a 28 ºC
- PH: 4.0 a 7.0
- Convive bem com plantas: Sim
- Pula do aquário: Sim
- Expectativa de Vida: 6 (quanto mais, melhor)
- Alimentação: Ração para peixes pequenos, larvas de insetos e Spirulina.
- Nível da água: Meio e alto
- Decoração: Aprecia água escura (com adição de turfa ou extratos)
- Cuidados especiais: Água mole e ácida (use um saquinho de turfa ou essência vendida em lojas para que ela fique cor de chá), fluxo suave.
- Compatibilidade com outros peixes: Razovelmente boa. Convive bem com outros tetras, coridoras, pequenos ciprinídeos. Evite peixes paradões de barbatanas longas, como betas.
Não é todo dia que se vê um peixe de água doce da cor azul, muito menos um tetra (o neon não vale!). O blue tetra veio para preencher essa lacuna, embora numa bateria de loja provavelmente ele pareça uma piabinha sem sal. Apenas sob as condições ideais em um aquário densamente plantado, ele se recobre de um verniz azulado que lhe confere aquela beleza sutil e elegante tão valorizada pelos aquapaisagistas.
Mas aí chegamos a outro ponto: ele ainda não é nada fácil de encontrar no mercado. Embora supostamente já tivesse sido introduzido no aquarismo em 1956 pelo colecionador americano Fred Cochu, esse peixe ficou sumido por muitas décadas. Nosso palpite é que ele só teria reaparecido nos últimos anos devido ao crescimento espantoso do aquapaisagismo, que levou a uma demanda cada vez maior por novos tetras e outros peixinhos de cardume.
Em 2009, o ictiólogo alemão Axel Zarske concluiu que o blue tetra de volta às lojas não era o mesmo Boehlkea fredcochui de antigamente, mas sim uma nova espécie muito parecida. Ela recebeu o nome de Knodus borchi e continua sendo criada em cativeiro, enquanto o verdadeiro Boehlkea fredcochui hoje provavelmente só seja encontrado na natureza. Apenas para esclarecer: esse tipo de confusão entre espécies não é rara no mundo do aquarismo (a cobrinha kuhli que conhecemos nas lojas na verdade é uma outra espécie e há 3 peixes diferentes no mercado que disputam o nome de “rodóstomo!”)
Em termos de comportamento, o tetra azul é bem parecido com seus primos tetras, com a ressalva de que ele é um pouquinho mais serelepe do que a maioria para mordiscar as nadadeiras das outras espécies. Para garantir a paz aquática, consiga um tanque de pelo menos 96 L (um espaço bem grande para a maioria dos tetras) e introduza uma quantidade mínima de 6 exemplares, de modo que eles fiquem mais entretidos entre si mesmos, sem sobrar amolação para os outros colegas. Uma vantagem adicional é que em maior número, cada peixe macho terá uma quantidade razoável de fêmeas e rivais para os quais se exibir, em um esplendor digno de um rainbowfish.
Texto: Bruno Rocha e Bruno Fortini
Fotos: Marcelo Alcântara
Tenho uma curiosidade: você já conseguiu que os peixinhos se reproduzissem em um dos seus aquários?
Sim, Flávia! É claro que a dificuldade varia conforme a espécie, e muitas ainda são impossíveis em aquários domésticos (a maioria dos peixes marinhos, por exemplo). Além disso, é preciso fazer com que os alevinos se alimentem e não sejam comidos por peixes maiores, às vezes por seus próprios pais. Mas há espécies que se reproduzem sem que você tenha que mover um dedo!