Blênio Macaco Verde (Scartella cristata)

Blênio Macaco Verde: Seus problemas com algas acabaram!

  • Nome científico: Scartella cristata (Linnaeus, 1758)
  • Outros nomes: Molly Miller
  • Família: Blennidae (Combtooth Blenny)
  • Distribuição: Atlântico (Da Flórida até o Brasil; das Ilhas Canárias até a Namíbia); Sul do Mediterrâneo (Itália e Grécia) e Pacífico Ocidental (Japão e Taiwan).
  • Habitat: Rochas em piscinas de marés e águas rasas, geralmente próximas a colônias de algas. Profundidade de 0 a 10 m.
  • Cores:  Corpo caramelo-esverdeado com barras verticais marrons escuras.
  • Dimorfismo sexual: Quase imperceptível. Machos são um pouco maiores.
  • Tamanho adulto: Até 12 cm (normalmente 8 a 10 cm)
  • Hábitos alimentares: Onívoro (Algas, plâncton, pequenos crustáceos, detritos e até peixes mortos)

      No aquário:

  • Dificuldade de Manutenção:  Fácil
  • Comportamento: Pacífico
  • Quantidade mínima: 1
  • Espaço mínimo: 80 L
  • Temperatura: 24 a 26 ºC
  • PH: 8.1 a 8.4
  • Salinidade: 1.020 a 1.025
  • Dureza da água: 8 a 12
  • Reef safe: Sim (Alguns exemplares mordiscar corais duros e tridacnas)
  • Pula do aquário: Improvável
  • Expectativa de Vida: 7 a 9 anos
  • Alimentação: Come praticamente todas as rações para peixes marinhos, mas tem uma predileção por ração vegetal (Spirulina), artêmias e mysis congelados. Complemente com algas nori desidratadas.
  • Nível da água: Meio e fundo
  • Decoração: Rochas vivas
  • Cuidados especiais:: Nenhum
  • Compatibilidade com outros peixes: Boa. Convive bem com todo mundo, desde que tenha um esconderijo só seu.

Um feio simpático. O Blênio Macaco Verde * (também conhecido como Molly Miller) está longe de ser o peixe dos sonhos da maioria dos aquaristas, com sua cara de girino e colorido verde meleca. Mas é só você vencer a má impressão inicial que logo vai começar a achar graça de seu cabelinho punk (na verdade, cerdas conhecidas como cirros), de seu comportamento hiperativo e de suas infinitas caras e bocas.

Na natureza, essa espécie habita uma área gigantesca: praticamente todo o Atlântico Tropical, o noroeste do Pacífico próximo ao Japão e até o sul do Mediterrâneo (onde está se tornando mais recorrente devido ao aquecimento global). Inclusive o Macaco Verde é muito usual na costa brasileira, e quem na infância gostava de procurar peixinhos nas piscinas formadas pela maré nas rochas próximas à praia já pode tê-lo visto. Já no aquarismo ele é raro, principalmente em lojas mais conceituadas, pois há um tabu contra peixes nacionais (assunto que pretendo abordar futuramente). Talvez você tenha a sorte de encontrar um exemplar do Caribe ou, melhor ainda, nascido em cativeiro.

O Macaco Verde se adapta maravilhosamente bem à vida em aquário, até por já ser acostumado às condições flutuantes da zona das marés. Ele se comporta como a maioria dos blênios, seja enfiado em sua toca favorita, observando os outros peixes empoleirado em uma rocha ou mordiscando algas pelo tanque inteiro. Aliás, não é só alga comum não! Ele também devora cianobactérias e até as famigeradas anêmonas Aiptasias! Quem precisa de Turban Snails e pagurinhos inconvenientes, quando se pode ter toda uma equipe de limpeza sintetizada num único peixe?!

É claro que ele não pode viver apenas com o que encontra no aquário. Dê a ele Spirulina, bem como pequenos crustáceos (Mysis, Krill, Artêmias) congelados ou desidratados. Ele come o dia inteiro, do raiar até o pôr do sol, e o pico da comilança é entre 13 e 14h. Pena que também podem sobrar umas bicadinhas para corais LPS e tridacnas. Se o Macaco Verde representa algum perigo para esses invertebrados, com outros peixes ele é um verdadeiro gentleman. Convive bem com todo mundo, mesmo outros da mesma espécie, desde que haja toca para todos.

Cada exemplar pode apresentar variações cromáticas conforme a localização, as condições ambientais, idade, sexo e até alimentação. O que não muda é o fato de ser um peixe que, apesar de feinho, é capaz de deixar qualquer aquário muito mais bonito.

* Obs: Não confundir com o Blênio Macaco (Ophioblenius atlanticus). Na prática, acaba que qualquer blênio nacional é inadvertidamente chamado de Macaco.

Por Bruno Fortini
Foto da capa: Marcelo Alcântara 

 

Referências:

SAMPAIO, Claudio Luiz Santos. NOTTINGHAM, Mara Carvalho. Guia para Identificação de Peixes Ornamentais Brasileiros – Volume I – Espécies Marinhas. Brasília: IBAMA, 2008.

Sites:

www.advancedaquarist.com

www.brnature.com.br

www.reefs.com

 

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