Bariene Tang (Acanthurus bariene)
Bariene Tang: Um Tang do lado B
- Nome científico: Acanthurus bariene (Lesson, 1831)
- Outros nomes: Blackspot Tang, Eyespot Tang
- Família: Acanthuridae
- Distribuição: Indo-Pacífico (De Moçambique até Papua Nova Guiné. Muito comum nas Filipinas)
- Habitat: Encostas de recifes de coral e trechos arenosos. Profundidade de 1 a 50 m.
- Cores: Jovem (marron com barbatana dorsal laranja e cauda esbranquiçada); Adulto (corpo cinza, ponto preto atrás do olho, barbatana dorsal amarela e detalhes azuis)
- Dimorfismo sexual: Não
- Tamanho adulto: Até 50 cm
- Hábitos alimentares: Herbívoro (Algas)
No aquário:
- Dificuldade de Manutenção: Intermediária
- Comportamento: Pacífico
- Quantidade mínima: 1
- Espaço mínimo: 900 L
- Temperatura: 24 a 26 ºC
- PH: 8.1 a 8.4
- Salinidade: 1.020 a 1.025
- Dureza da água: 8 a 12
- Reef safe: Sim
- Pula do aquário: Sim
- Expectativa de Vida: Cerca de 20 anos
- Alimentação: Alimentos verdes (algas, Nori e Spirulina), complementando com rações para peixes marinhos
- Nível da água: Aquário inteiro
- Decoração: Rochas vivas
- Cuidados especiais: Tanque com circulação intensa
- Compatibilidade com outros peixes: Boa. Evite colocá-lo com outros Tangs em tanques pequenos, para evitar brigas.
A família dos Tangs vai muito além dos onipresentes Yellow Tangs e Hepatus. Tá, são lindos sim, mas pessoalmente eu sempre fico feliz quando me deparo com um aquário marinho sem eles. Afinal, são mais de 70 espécies das mais opacas às mais exuberantes, muitas das quais passam despercebidas do público, da literatura e do próprio mercado de aquarismo.
Entre elas, está o Bariene Tang. É um peixe muito comum na natureza, distribuído por praticamente toda a área tropical do Indo-Pacífico (na Tailândia e nas Filipinas, ele é parte da pesca comercial), causando até estranhamento o fato dele ser tão raro em aquários. Talvez porque os filhotes, que habitam águas rasas e são bem mais fáceis de capturar, sejam marronzinhos e sem graça. Felizmente, eles ficam muito mais bonitos quando adultos, incorporando uma barbatana dorsal amarela e elementos azuis ao seu “design”.
É um peixe resistente e versátil, mas que exige cuidados parecidos aos de outros Tangs: um aquário espaçoso com 1.300 litros, uma circulação de água intensa propiciando uma boa oxigenação, muitas rochas vivas para o crescimento de algas e uma alimentação rica em alimentos verdes. Mas aqui convém uma orientação do aquarista veterano e renomado autor Robert Fenner: evite alimentar seu Tang com verduras tais como alface e acelga, pois elas não compõem a dieta natural do peixe, têm baixo valor nutricional e podem vir repletas de pesticidas. Melhor oferecer algas desidratadas nori ou kombu presas a uma rocha ou um clip.
O Bariene é pacífico e não arruma confusão com outros peixes, mesmo outros Tangs. É claro que a única garantia para evitar uma troca de “ferroada” entre eles é manter apenas um Tang no aquário. O que, convenhamos, é uma orientação que ninguém cumpre.
Por Bruno Fortini
Foto: Adriano Eduardo de Lima
Referências:
FENNER, Robert M. The Conscientious Marine Aquarist. Neptune: TFH Publications, 2008.
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Os Bariene Tangs parecem grandes! É necessário um aquário com muito volume de água para eles serem felizes, né? Eles comem quantas vezes ao dia?
Sim, podem ficar enormes, até 50 cm! Mas raramente chegam a tanto, costumam ficar por volta dos 30 cm. São peixes muito ativos que patrulham um recife inteiro na natureza. Um aquário para acomodá-los precisa ter no mínimo 1300 litros, o que costuma ir bem além da viabilidade econômica e espacial de um aquarista médio. E eles comem praticamente o dia inteiro, cavucando algas no aquário.